‘Superpedido’ de impeachment deve ser relativizado
A vida de Bolsonaro não está fácil, mas daí ao afastamento...

O ‘superpedido’ de impeachment protocolado na Câmara ontem (30), com 46 assinaturas de presidentes de partidos de oposição, ex-apoiadores que viraram desafetos, líderes de movimentos sociais, entre outros, não deve trazer maior alteração no tabuleiro político.
Primeiro, porque o presidente da Câmara, Arthur Lira, não quer abrir. Segundo, porque ainda há muito o que investigar. E terceiro, a ‘reserva’ de apoio que o presidente tem das ruas é relativamente significativa.
Se a popularidade de Bolsonaro cair para 12% ou 10%, aí serão outros 500.
Era o percentual de Temer quando precisou abrir o cofre e liberar emendas para segurar o voto dos deputados. Mas não tinha – como nunca teve – apoio popular.
De qualquer forma, Bolsonaro está em seu pior momento. Só o avanço expressivo da vacinação e a consequente queda da pandemia lhe trará alívio.
Isso, associado à mudança radical de comportamento: cessar com as declarações ofensivas, desrespeitosas, distanciadas da realidade e da liturgia do cargo de presidente. Será?