Ruas são termômetro histórico de viabilidade, ou não, de impeachment
Com o terço que tem, Bolsonaro se segura na cadeira

Na esteira da matéria anterior, sob o ponto de vista constitucional, qualquer presidente que cometer ato que justifique o afastamento, fica à mercê do impeachment.
Na prática, contudo, são as ruas que falam mais alto. O presidente Bolsonaro ainda tem as ruas com seu terço de apoiadores fiéis e ruidosos. Além do que, pesquisas mostram que maioria da população é contra o impeachment.
Então, questões político-jurídicas à parte, são as ruas que dão a última palavra.
Em exemplos recentes, Collor e Dilma dificilmente perderiam o cargo se não tivessem perdido às ruas, com popularidade abaixo de 15%. Mais distante no tempo, João Goulart saiu por golpe, mas a maioria dos segmentos da sociedade de então queriam sua queda, inclusive 90% de toda grande imprensa brasileira.
Resumo: não deveria ser assim; deveria prevalecer o que diz a Constituição. Mas é o grito das ruas que dá o tom. Paciência!