Nascido no interior de SJB, na antiga localidade de Cacimbas, aos 20 e poucos anos (década de 1940) se formava em Fort Worth, no Texas, EUA. Logo, de onde veio e, para a época, onde chegara, já teria sido um feito.

Só que de lá para cá, o pastor Ebenézer caminharia mais de 60 anos, numa multiplicidade de atividades que somaria cerca de 7 décadas. Poliglota, teve destacada carreira pregando em seminários e conferências nos principais países da Ásia, Europa, América, Oceania e África. Dirigiu o Colégio Batista de Campos por 20 anos e só na Primeira Igreja de Guarus (porque esteve em outras) foi pastor por 29 anos.

Filósofo e Doutor em Divindade, escreveu dezenas de livros. Exerceu o jornalismo e por um bom tempo teve um programa dominical na Rádio Continental.

Enfim, o doutor Ebenézer visitava uma grande igreja dos EUA, ou Europa, ou mesmo no Brasil, com o mesmo entusiasmo com que aceitava convites para pregar em igrejas, digamos, mais modestas. Para ele, todas eram iguais.

O homem austero, severo e meio sisudo, de voz firme e que apenas com os olhos dominava as tradicionais assembleias no Batistão, era, também, justo, generoso e humildade.

O conheci bem, desde os 12 ou 13 anos. Com frequência era ‘mandado’ para seu gabinete por alguma bagunça que passava dos limites. Entre repreensões, acho que, no fundo, sabia que ali estava apenas um bagunceiro, um bobo alegre que fazia desordem sem maior gravidade. De mais a mais, era seu melhor aluno de Educação Moral e Cívica (e um dos piores em Matemática, Física e Química).

Na imprensa, escrevi duas páginas inteiras sobre sua trajetória. Uma, em O Diário; outra, na Folha da Manhã. E decorrido tantos anos, estou convencido de que o dr.  Ebenézer está entre as 4 ou 5 pessoas que mais influenciaram em minha formação e personalidade.

Em seu livro “Memórias Inacabadas”, dedicou 3 páginas para abrigar um texto de minha autoria e o enviou com dedicatória generosa e imerecida.

Ebenézer Soares Ferreira está na galeria dos maiores intelectuais desta terra e do Brasil. Entre as inúmeras formações acadêmicas e incontáveis títulos foi, acima de tudo, um pastor – um pregador da palavra de Deus.

Encerro aqui este texto que, apesar de demasiado longo, deixa muita coisa de fora. Na próxima semana espero escrever a 3ª página, no jornal Terceira Via, sobre o velho educador; não sobre sua morte, mas sobre sua vida.

Enfim, em se tratanto de quem é, estou certo de que preferiria ser retratado em um órgão da Imprensa - não em mídia virtual.