Mandetta deveria ter usado todos os megafones, todas as mídias, todas as tribunas e todos os pulmões para denunciar o risco
Mais de 140 mil pessoas morreram de Covid

Não obstante seja uma doença nova, cuja pandemia, mesmo depois de sete meses, segue instável – revelando o grau de desconhecimento – as declarações do ex-ministro Mandetta por conta do lançamento do seu livro “Um paciente chamado Brasil”, mostram o quanto o Brasil subestimou e minimizou o coronavírus.
Mas, vejamos: Mandetta diz que trabalhava com três projeções: a mais otimista, 30 mil óbitos; a mais pessimista, 180; e que o número que se imaginava atingir era 80 mil.
Ora, se ex-ministro avisara ao presidente que sem as medidas restritivas poderia se chegar a 100 mil ou mais – como agora afirma – fica ainda mais evidente sua obrigação de médico e cidadão de denunciar a catástrofe que estava por vir.
O Brasil já passa de 140 mil óbitos e pode chegar a 180. De 80 pra 180 é algo gigantesco. Com todas as vênias, Mandetta deveria ter usado todos os megafones, todas as mídias, todas as tribunas, e todos os palcos para gritar a plenos pulmões o risco que se estava correndo. Mas não fez.