A CPI da Covid que tem Renan como relator (V)
Pazuello surpreende ao não ficar em silêncio e preserva Bolsonaro
No primeiro dia do depoimento de Pazuello, o ex-ministro da Saúde surpreendeu ao não ficar em silencio, prerrogativa que havia conquistado junto ao STF. Mas, ao falar e falar muito, surpreendeu os membros da CPI que em alguns momentos pareciam desnorteados.
Renan perguntava uma coisa, Pazuello respondia outra, e o senador ‘pulava’ para outro assunto. Em ambos os dias, o general preservou ao máximo o presidente Bolsonaro. Entre contradições, o ex-ministro evitou falar sobre a visão do presidente ante as medidas restritivas, cloroquina e atrasos na compra de vacinas.
Até na famosa frase “um manda o outro obedece”, Pazuello disse que o presidente “nunca” falou pessoalmente com ele para que a Coronavac não fosse adquirida.
Enfim, daqui pra frente não se sabe como vão ficar as coisas e até onde Pazuello possa ter se incriminado. Ele estava calmo, foi preparado para o confronto e livrou o presidente.
Como também não se sabe – e por isso os textos aqui postados frisam a presença do senador Calheiros como relator – a falta de credibilidade de Renan poderá ser usada como contra medida, gerar desconfiança e nada dar em nada.
Ninguém é cego a ponto de negar os erros da União no combate à Covid – bem como os erros, também, de estados e municípios. Mas também não se sabe o prejuízo para a CIP ter como relator o senador alagoano que responde a vários inquéritos no STF.